Hoje, dia 3 de outubro, nasceu Allan Kardec, fundador da doutrina espírita. Eu, que tenho curiosidade sobre isso, aproveitei para pesquisar no Wikipedia um pouco mais sobre Espiritismo, e selecionei as coisas que achei mais interessantes.
O espiritismo, de um modo geral, fundamenta-se nestes seguintes pontos:
- o homem é um espírito temporariamente ligado a um corpo;
- a alma é o espírito enquanto se encontra ligado ao corpo;
- o espírito, compreendido como individualidade inteligente da Criação, é imortal;
- a reencarnação é o processo natural de aperfeiçoamento dos espíritos;
- os espíritos encarnados (“vivos”) e os espíritos desencarnados (“mortos”) podem se comunicar entre si através da mediunidade;
- Pluralidade dos Mundos Habitados, a Terra não é o único planeta com vida inteligente.
- Lei de Causa e Efeito, ligada à reencarnação, esta lei define que recebemos na medida do que demos (bom e mau) em existências passadas ou nesta existência.
- Existência e unicidade de Deus, desconstruindo o dogma da Santíssima Trindade
E tem também outros pontos, menos importantes, mas que eu achei interessante, como:
- Total ausência de culto a imagens, altares, etc.
- Ausência de quaisquer rituais de batismo, culto ou cerimônia para oficializar casamento;
- A doutrina espírita incentiva aos praticantes do espiritismo o respeito para com todas as religiões e opiniões.
Allan Kardec, na verdade, se chamava Hippolyte Rivail e era pedagogo. Era um defensor da educação, ainda jovem dedicou-se à luta para uma maior democratização do ensino público. Nessa época, ainda jovem, ele criou um engenhoso método de ensinar a contar e um quadro mnemônico da História de França, visando facilitar ao estudante memorizar as datas dos acontecimentos de maior expressão.
Na Europa, no século XIX, ocorreram muitas vezes o fenômeno das mesas girantes. O fenômeno consistia no movimento, sem causa física aparente, de mesas e outros objetos pesados (durante uma fase inicial, que perdurou aproximadamente até 1870, as mesas girantes foram objeto de curiosidade e divertimento, em especial nos salões nobres e burgueses europeus).
Convencendo-se de que o movimento e as respostas complexas das mesas deviam-se à intervenção de espíritos, Rivail dedicou-se a compreendê-los. Adotou, nessa tarefa, o pseudônimo que o tornaria conhecido – Allan Kardec – nome esse, segundo o que teria lhe dito um espírito, que teria utilizado em uma encarnação anterior como Druida.
Fundou a Revista Espírita e escreveu O Livro dos Espíritos, considerado como o marco de fundação do Espiritismo (depois escreveu várias outras obras).
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Segundo o Espiritismo, a mediunidade é a faculdade natural que permite a pessoa comunicar-se com os espíritos. Manifestando-se de forma mais ou menos ostensiva em todos os indivíduos, porém, usualmente apenas aqueles que a possuem num grau mais elevado são chamados médiuns.
Um espírito que deseja comunicar-se entra em contato com a mente do médium e, por esse meio, se comunica oralmente (psicofonia), pela escrita (psicografia), ou ainda se fazendo visível ao médium (vidência).
Entre os textos ditos psicografados encontram-se obras atribuídas a autores conhecidos — uns adeptos, em vida, de doutrinas compatíveis com esta prática, como Allan Kardec ou Arthur Conan Doyle, outros nem tanto, como Camilo Castelo Branco ou Albert Einstein.
Existem pesquisadores e estudiosos que afirmam ser a psicografia um caso de ilusão ou fraude, no entanto, ninguém até o momento conseguiu comprovar que as obras psicografadas por médiuns que fazem parte do movimento espírita sejam fraudes. Ao contrário, Carlos Augusto Perandréa (professor adjunto do Departamento de Patologia, Legislação e Deontologia da Universidade Estadual de Londrina, Estado do Paraná, e criminólogo e perito credenciado pelo Poder Judiciário) estudou as assinaturas dos textos psicografados por Chico Xavier utilizando as mesmas técnicas com que avalia assinatura para bancos, polícias e o Poder Judiciário, a grafoscopia. O resultado do seu estudo comprovou que as assinaturas dos desencarnados nos textos psicografados eram idênticas às assinaturas destes quando vivos.
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“(…)o Espiritismo, restituindo ao Espírito o seu verdadeiro papel na criação, constatando a superioridade da inteligência sobre a matéria, apaga naturalmente todas as distinções estabelecidas entre os homens segundo as vantagens corpóreas e mundanas, sobre as quais o orgulho fundou castas e os estúpidos preconceitos de cor. O Espiritismo, alargando o círculo da família pela pluralidade das existências, estabelece entre os homens uma fraternidade mais racional do que aquela que não tem por base senão os frágeis laços da matéria, porque esses laços são perecíveis, ao passo que os do Espírito são eterno. Esses laços, uma vez bem compreendidos, influirão pela força das coisas, sobre as relações sociais, e mais tarde sobre a Legislação social, que tomará por base as leis imutáveis do amor e da caridade; então ver-se-á desaparecerem essa anomalias que chocam os homens de bom senso, como as leis da Idade Média chocam os homens de hoje…” (Revista Espírita 1861, pág. 297-298)